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domingo, 14 de outubro de 2018

Zumbis


Preso, sitiado, não há mais nada.
Toda  á terra que piso esta arrasada. 
O que me resta se não o vazio.
A morte se nega a  decência.
Só vejo corpos  atirados aos rios.

Sol,
por que não resistiu ao inverno?
Por que não lutou!
Triste vejo o poeta Alighiere chorar.
Desnorteado,
recita versos lacrimejando sangue.

Chora Alighiere !
Chora Alighiere !

Reconheço aqueles  que te ferem,

sei de todos os seus porquês.
Poeta  valente,
você é o herói que lutou.
Lutou para fechar as portas do inferno. 
Desse frio  inverno!

Fogueiras, caldeirões, círculos,

assim começam suas danças macabras.
Insuportável é ouvir os  seus grunhidos.
Queria poder tapar os meus ouvidos,
porém,  não consigo.

Tal como praga eles se espalham...

Logo vão ocupando todas as cidades.
São os comedores de cérebros,
os devoradores da luz.
Por cada canto mora agora o perigo.

Oh,esperança!
Até quando?
Até quando iremos esperar?

Vejam,

antigas maldades estão a chorar.
Pobre do velho diabo!
Jamais  conseguirá entender?
Já não passa de uma velha criança.
Orgulhosa,
triunfa a peçonhenta serpente,
breve seus ovos  irão chocar.
Sinuosa maligna e sua dança!


Nada mais é eterno.
Nada mais será eterno.

Mesmo assim...

Mesmo assim tento buscar uma fonte.
Quero beber a água pura  do Jordão.
Da água doce que não apodrece.

Todos juram agora de pés firmes
que a Terra é plana.
Liberdade cigana,
terminara os seus dias no calabouço.
Não quero nada com essa solidão!
Morte,
porque tornou-se tão insana?

Não há mais  fugas para os montes,
porque feriram de morte o horizonte.
Os dias um dia já foram assim.
O hoje veio e os tornou  assim.

Nenhum dia a mais amanhece.

Nenhum dia a mais acontece.
Dias sem luz e sem prece.

Os versos do amor começam a secar,

nada mais tende a mudar.
É triste ver a esperança  se inundar,
se afogar das lágrimas e não mais sonhar.

Dizem que o excesso de luz  pode cegar,
que não se deve roubar as cores das florestas.
Fauna e flora,
é o  pouco do paraíso que nos resta.

Vejam  as nossas roupas,
há nelas tanta falta de vida.
A nova lei foi padronizar  o cinza,
Como podem ter ideias tão loucas?

E o que pensar do amor?

Tudo o que pesa e fere é a dor.
A nossa dor.

O ódio escondido ressurgiu  para ferir o belo,

trouxe consigo  Marte para matar a arte.
Nenhuma flor do meu jardim mais resiste.
Céu e terra  andam  tristes.

Dentro de mim o fogo ainda arde.

Não  renderei-me sem lutar.
Jamais serei  presa fácil.

Eu tenho fé,
uma espada, 
o meu escudo.

Sou fortaleza e castelo,

farei honra  á minha princesa.

Sou a minha própria resistência,
não se atrevam ao meu mundo.
Sou senhor do meu destino.
Ninguém manchará as minhas terras.

Também sei fazer guerras.
Eu sou a fúria que me impera.


A ausência de fé quebra os ossos,

e o fanatismo destrói as células.
A radioatividade também chegou;
cuspiu nas nuvens a chuva ácida,
tudo queima sobre a pele.
Não há mais luz, somente trevas.
Pessimismo
por que você  não passa?

Sou mais do que esse corpo,
uma  chama  viva!
Eu tenho alma,
não  afundarei nessa lama.
Em minhas terras  sou o rei,
jamais cairei.
Tenho coragem,
não me ponham mordaça.
Hei de achar  a saída...

Venham mortos-vivos,
seres podres  distorcidos.
Lutarei até a morte,
Não serei destruído.
A espada é  a minha lei.

Corre o sangue puro em minhas veias,

sou muito mais que um arquivo.
Meus olhos são a força viva do que  falo.
Eu sou o raio e o estalo.
Pulso, estou vivo!

A História gira...
Transpira!
Ela não se repete.
Porém,
não me custa dizer.
Fatos tendem a  rimar;
é preciso  entender,
acordar.

Tudo há de mudar...
De se transformar...

Não sou peixe de águas rasas.
Sou dos mares profundos.
O oceano é  o meu mundo.

Ainda que controlem o tempo,
que matem o futuro e o presente.
É preciso  manter a alma leve;
defender o tempo dos mortais,
o tempo breve.
Tudo o que passa já não é mais.


A mim ninguém se atreve,
não me entrego tão facilmente.
Nasci para ser um pássaro livre,
não venderei  a minha mente.

Evocarei anjos e  dragões.
Rasgarei todos os céus.
Defenderei o relicário,
todas as lendas do paraíso.

Sou a minha própria lenda viva,

o mais  puro antiquário.
Sou um peixe raro,
um homem-anfíbio.
Sei nadar fora do aquário.

Não me venha ditar nenhum dicionário.
Sou meu próprio exército, 
o meu fiel  legionário.
A tua maldade me fez desperto.

Acenderei uma vela branca a fé;

tudo isso tende a passar,
espero que sim.
O mundo não há de parar.

Resistir é o meu ato de coragem,
a minha cina de ante-herói.
Não me seduzirei as tuas sobras,
a tua pele  de um  covarde.

Venham comigo,

guerreiros.
Sejamos os filhos da luz,
os anjos primeiros.
Zumbis, 
deixem as ruas...
É a  hora da nossa luta.
Mais uma vez o  filme se repete,
é a espada contra a  cruz
Tudo agora é The Walking Dead.


   


                                                                      




Autor: ChicosBandRabiscando





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