A arte se alimenta da ansiedade.
Não há hiatos...
A mente é um contínuo fluxo de dados...
É onde o real se confunde com o abstrato.
Assim vou pintando os quadros...
Mas o que é o aplauso?
Uma mera formalidade!
A vaidade tem prazo de validade.
Eterna é a arte — pois nunca buscou popularidade.
A arte me vem como tempestade,
é a insanidade a mover a engrenagem.
Não é sorte ter um dom criativo:
é preciso vencer a morte,
atravessar o limbo,
seguir em frente,
manter-se vivo...
De minha parte,
confesso com sinceridade.
A arte nos põe de ponta-cabeça,
nem sempre com leveza,
mas tem sua certeza.
Lasciva e corrosiva.
Se materializa, não avisa.
A arte é carnívora!
Não sei como tudo isso se explica!
A arte é um lenitivo aos maus dias.
É o próprio espírito da rebeldia.
Pare a poesia.
A arte é criação de si mesma,
às cegas, o artista se entrega,
e com ela atravessa,
vai às profundezas...
Tal como um Dante:
caminhante em meio à carniça,
ela a profetiza!
O artista não se sacia.
É uma uma fera que está sempre em guerra.
Recria o que ninguém está vendo,
o que nunca foi — ou será — escrito.
O artista vive em um labirinto.
Assim, ele caminha à força da libido,
cativo dos próprios sentidos.
Ainda que brilhe sobre os holofotes,
não é livre; será bebido como mito,
consumido até a morte,
depois será cuspido.
Todo artista tem seu calvário,
pois jamais será compreendido.
O seu destino é ser esquecido.
Tal como um Dalí,
um Dom Quixote,
será louco até o fim.
Entre todas as capelas,
num brilho triste...
Será mesmo que o artista existe?
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