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domingo, 24 de agosto de 2025

O artista




A arte se alimenta da ansiedade.

Não há hiatos...

A mente é um contínuo fluxo de dados...

É onde o real se confunde com o abstrato.

Assim vou pintando os quadros...


Mas o que é o aplauso?

Uma mera formalidade!

A vaidade tem prazo de validade.

Eterna é a arte — pois nunca buscou popularidade.


A arte me vem como tempestade,

é a insanidade a mover a engrenagem.


Não é sorte ter um dom criativo:

é preciso vencer a morte,

atravessar o limbo,

seguir em frente,

manter-se vivo...


De minha parte,

confesso com sinceridade.


A arte nos põe de ponta-cabeça,

nem sempre com leveza,

mas tem sua certeza.


Lasciva e corrosiva.

Se materializa, não avisa.

A arte é carnívora!


Não sei como tudo isso se explica!


A arte é um lenitivo aos maus dias.

É o próprio espírito da rebeldia.

Pare a poesia.


A arte é criação de si mesma,

às cegas, o artista se entrega,

e com ela atravessa,

vai às profundezas...


Tal como um Dante:

caminhante em meio à carniça,

ela a profetiza!


O artista não se sacia.

É uma uma fera que está sempre em guerra.

Recria o que ninguém está vendo,

o que nunca foi — ou será — escrito.


O artista vive em um labirinto.

Assim, ele caminha à força da libido,

cativo dos próprios sentidos.


Ainda que brilhe sobre os holofotes,

não é livre; será bebido como mito,

consumido até a morte,

depois será cuspido.


Todo artista tem seu calvário,

pois jamais será compreendido.

O seu destino é ser esquecido.


Tal como um Dalí,

um Dom Quixote,

será louco até o fim.


Entre todas as capelas,

num brilho triste...


Será mesmo que o artista existe?

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