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domingo, 29 de setembro de 2019

Braile


Deus, o que escrever?
O pensamento é-me um lampejo.
A necessidade um prazer.

Pois, falo do que sinto.
Do que vejo.
O filho do homem também foi traído por um beijo.

Eu, por desejos.
Agora vago neste escuro...
Quase não me vejo.

Porém, ainda sonho!
Farejo, rastejo-me...
E pelos versos  recomponho-me.

Hora feliz.., tristonho.
Deus,
quero tatear um futuro.




Autor: ChicosBandRabiscando







quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Meu malvado favorito

Seja-me
o teu pleno autoritarismo.
Destrua-me
no que me seja  mais querido.
Castra-me
tudo que me seja  Humanidade.
Queima-me
com todos os meus livros.

Ainda 
assim,
um cego,
te 
sirvo.

Esfola-me
pela mãos do teu terror.
Mata-me
no que me seja o puro amor.
Censura-me
em tudo o que fale ou penso.
Impera-me 
no teu mais sórdido silêncio.

Ainda
assim,
um cego,
te 
sigo...

A liberdade
meu 
perigo.

A tua maldade
meu 
desabrigo.

Meu
malvado

Meu
louco.

Meu
favorito.

Ainda 
assim,
um cego
te 
mito.
______________________________

Autor: ChicosBandRabiscando
Meu malvado favorito


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Peleja


Mãe negra,
você não é grega.

Mãe África ainda te beija.
Peleja, oh, minha filha!

Nascestes do sangue quente.
Teu sol ainda brilha.

Luta neste ausente.
Rejeita quem discrimina.




Autor:  ChicosBandRabiscando










Credites:Foto de Andrae Ricketts em Unsplash




O canto da desolação



Deus, onde me acho?
Quero encontrar a sua sinfonia.
Fica faltando essa melodia.
Por  mais que a gente tente,
a vida não se movimenta.
Desde  cedo  recebi o recado.
Filho, 
a riqueza só corre pro lado de lá.
E caso você venha a tentar,
vão te afogar.

Vida de pobre é história sem sorte.
Pra você ver, nem o meu time venceu.
Tão pouco, o meu dinheiro rendeu.
Tenho apenas um monte de contas.
E lá se foi mais  um mês de trabalho...
Parece até que foram cem dias.
Diga meu Deus,
o que aconteceu?

Porque só me resta esta agonia.
E eu vou sonhando com a loteria.
Nos dias...
Nos dias...

Porque só me resta esta agonia.
E eu vou sonhando com a loteria.
Nos dias...
Nos dias...

Vejam então o que é a tal de sorte.
Ela nunca gostou de um pobre.
Não passa de uma esnobe.
Este é o meu caso de morte.
Por que sei o qual é duro dizer,
mas a sorte....
A sorte só nasce no sangue de um nobre.
Vida vazia.
Vida sem sorte.

Rapaz, se aquiete,
aceite a tua sina,
Mostre aqui o teu braço.
É a hora da vacina.
Acredite na meritocracia.
Filho de pobre nasceu pra ser gado.
Mas nada disso eu quero,
cansei de ser marcado.
A verdade dói,  assassina!

Vida espremida,
tá me faltando espaço.
E eu não acho a saída.
Quanto mais eu trabalho,
mas  perco a minha vida.
Cansaço, 
quero fugir desse laço!

Porque só me resta esta agonia.
E eu vou sonhando com a loteria.
Nos dias...
Nos dias...

Porque só me resta esta agonia.
E eu vou sonhando com a loteria.
Nos dias...
Nos dias...

Já não tenho atitude,
Lá se foi a minha juventude...
Ficam  lembranças do meu  passado...
Mamãe sempre me dizia:
Filho, estude.
Mas, como!
Esta falta de sorte só me desilude.
Mãe, hoje tempo continua ruim.
Nem mais acredito que tudo isso mude.
É calos nas mãos.
É desolação.

Pois dinheiro  chama dinheiro.
E por mais que a gente tente lutar,
certos destinos não deixam o lugar.
Fica no ringue  o sangue de um boxeador.
Porque o perfume de um pobre é o seu suor.
Mas, para eles o nosso cheiro é tão fedido.
Perfume bom é o aroma de um rico.
Deus, 
como fazer com esta a minha dor?

Porque só me resta esta agonia.
E eu vou sonhando com a loteria.
Nos dias...
Nos dias...

Porque só me resta esta agonia.
E eu vou sonhando com a loteria.
Nos dias...
Nos dias...

_______________________________

Autor: ChicosBandRabiscando




Obs.: não encontrei a fonte da imagem 
postada neste poema.
Caso o proprietário da mesma não aprove,
 a retiro de imediato.




















segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Laços perfumados

Tudo o que fiz para você foram apenas rascunhos.
Deixei-te o meu coração por tantos embrulhos!

E talvez em nenhum deles fiz os laços  perfeitos.
Ainda assim, ficou por tuas mãos o meu cheiro.




Autor: 

                   Francisco de Assis Dorneles









Credites:Foto de freestocks.org no Unsplash






Nepalm




É difícil fazer as coisas acontecerem.
É complicado para um ser comum.
Afaste de mim esta lente.
Não tente me dar um  "zoom".

Porque a sociedade esta doente.
Caqueticamente decadente.
Queria não expor minhas tristezas.
No mundo sintético não há beleza.
Não foque o meu rosto de frente.

Meu único "dólar" foi rasgado.
E o meu bolso foi roubado.
Matar o leão é ganhar o pão.
É o que chamam de trabalho.
Às vezes nos tratam como gado.

Nasci do lado de lá, senhor.
Não visto a beca dos "civilizados".
Gado bom não se revolta,
nem precisa fechar a porta.
Há tantos cegos no castelo.
Uma salva de tiros aos idiotas.

Tem certos tipos que não venero.
O passado esta "sempre novo".
"Gado bom é o Zé do povo".
É sempre assim, senhor.
O poder tem muitos tentáculos.

No tabuleiro eles movem as peças.
A Matriz é um rolo-compressor.
E quanto a nós? 
Não interessa!
A grande máquina tem presa.

Somos os pedaços de carne.
Triturados a sonhos e ossos.
O que vale uma vida?
Pergunte aos meus olhos.
Às vezes penso demais,
fico à beira do cais.

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta.
Nada disso  alenta.

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta...
Nenhum futuro  alenta.

Ninguém me convence,
desta falta de decência.
Terra em transe,
Estado e violência.
O mundo ficou pequeno!

Todo crime  compensa.
Na política, na guerra.
No bem contra o mal.
O que mais nos espera?
Não raiou a liberdade.

Batidas policiais.
Batidas de panelas.
A ignorância dos bossais.
A floresta e os canibais.
Uma cadeira presidencial.

Pobres filhos de Cabral,
nada de novo nos jornais

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta.
Nada disso  alenta.

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta...
Nenhum futuro  alenta.

A ganância dos mais altos.
Tomam tudo de assalto!
A fé comendo as ovelhas,
os pregadores de puteiro,
fazem tudo por dinheiro!
Sangue, suor e vidas,
não vejo saída?

Mas o filho do homem tinha sede;
ainda tem fome, um nome!
Pela cruz  morreu primeiro.
Fica faltando um enredo.
Deus, o porquê deste medo!

Mais um pombo caiu,
medalhas no peito.
Erro grotesco!
Ninguém assumiu.
Onde está o meu país que sumiu?

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta.
Nada disso alenta.

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta...
Nenhum futuro  alenta.


Um dia tudo isso se arrebenta.



Autor: (ChicosBandRabiscando)










domingo, 15 de setembro de 2019

Monólogos do meu ser


Dialogo muito com meus sentimentos,
do que  eu não digo.
Mas, do que penso.

Dialogo com os meus perigos.
De tudo o que me falo,
o que levo em silêncio.

Sou um náufrago sobre o  Pacífico,
uma alma que nunca se cala.
Transpiro em  existencialismo.




Autor: ChicosBandRabiscando









Recado


Mãe,
você foi um projeto de Deus em minha vida.

E entre nós ficará para sempre este elo!

Pois, nunca...

Nunca haverá despedida!

Mãe,
é tanto que eu te quero!

___________________________
Autor: ChicosBandRabiscando
Recado 






segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Fragmentos


Fragmentos são sentimentos,
partes de um coração despedaçado.
Sei que o hoje  é  algo complicado.
E olha que já tentei tantos caminhos.
Eu não escondi  minhas fraquezas.
Restou-me apenas esta saudade,
retalhos de uma alma presa,
Uma represa lutando por liberdade.

Ainda me pregam uma tal felicidade.
Mas, não...
Eu já não  sei?
Sei que também errei,
porém, não sou um caso de covarde.
Ninguém vai ler as minhas verdades.

Nada mais  faz sentido.

E ainda dizem  que o amor nos faz  vivos.
Não sei? Não quero mais!
De tudo isso,  duvido.

Trago no peito um coração puro.

Um coração pisado e  machucado.
O futuro é  algo tão complicado;
não compreendem,
claro que não!
A dor  é-me um alento a solidão.

O que faz o  tempo se não  desafiar o amor.

E no final do túnel fica apenas esta dor.
Esta dor!
Lembranças nem sempre são um bom legado,
ficam  os fantasmas narrando o meu passado.

Não quero mais pisar tantos percalços.
Sofrer  a guerra é uma dor eterna;
dentro de mim...
Talvez não seja assim tão ruim, 
mas tudo ruiu.

Carrego agora um peso morto.
O corpo inerte de uma alma que partiu...
Das dores de um coração poroso.
Por que no final, fica apenas escravidão.
Escrevidão!
Não quero mais.

Pode ser que ainda haja novos caminhos;
prefiro não mais acreditar.
Por isso, não me fale de paixão.
Sei que é complicado andar sozinho.
Mas, já confessei o meu destino.
Acostumei a ter o inverno rigoroso.

Nada mais me machuca.
Fica apenas um ser marcado.
Num tempo lento preguiçoso...
Por esta dor.
Por esta dor!
Não, 
não quero mais.






Autor: 


               Francisco de Assis Dorneles

 












Credites:Foto de Andrew Neel em Unsplash

sábado, 7 de setembro de 2019

Alma em transe



Falo pouco do meu vasilhame.
Deste meu copo sujo-limpo.

Da falsa pele a que me sustento.
Devoro os gênios do bem e o mal.

Sou uma fera sempre com fome.
Sangro na carne e me arrebento.

Troco de corpo para estar vivo.
Corro nas veias de um ser dual.






Autor: Francisco de Assis Dorneles














quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Naquele ponto



Eramos tão jovens.
Tão pobres do futuro.
Eu te dei uma flor.
Eu decorei a tua rua.
E te amei assim tão nua!

Ficaram as frases no muro.
E nem o tempo apagou.
Nem as nuvens passaram.
Por que eu te juro!
Para sempre lá escritas.

Pelo meu coração.
Por cada estação.
Das loucuras que disse.
Do ouro que você roubou.
Eu morri no verão.

Eu chorei teu aviso.

Eu clamei por mais vida.
Eu fui mesmo covarde.
Eu apenas  errei.
Eu estava em medo.

E te odiei por uns dias.

Eu te amei por mil dias.
Eu não queria o fim.
Eu te queria pra mim.
Eu morri de saudades.

Aos prantos, chorei.
Foi tanto que te amei!
Por isso, cheguei tarde...
Fiz despedida sem beijo.
Eu desafinei o enredo.

Linda, tão bela!

Eu vi teu olhos na janela.
Você foi a partida...
E eu o desencontro.

Bem naquele ponto.

Bem naquele ponto.
Bem naquele ponto.



Autor: ChicosBandRabiscando
























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