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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Nuvens de Agosto


Nuvens, 
por que nunca me falam?
Fico aqui sempre a olhá-las.
Porém, 
todas me calam!

Nuvens que sabem o que penso;
desta vontade guardada,
tão sufocada!
Confissões em silêncio,
gotas caindo...
Não resistindo.

Nuvens cinza,
esponjas brancas.
Veem  lá de cima.
Se introjetam em mim,
absolvem a minha dor.

Nuvens, 
vos peço.
Por favor, não mintam!
Porque penso,
sinto!

Nuvens que me fazem sorrir;
chuvas que me levam a chorar.
Das tardes que se põem a cair...
Chuvas, daí-me um lenço.
Por que não se cansam?

O tempo,
sempre o tempo!
Meus sentimentos;
juro que não os entendo?
É-me confuso,
profundo...

Às vezes, vejo-me lá fora.
Sou as próprias nuvens.
Noutras,  aqui dentro;
águas assim me molham.

Nuvens que não passam;
transpassam, encharcam-me.
No céu busco respostas.
Por que me embaçam?
Confessem-se!

Chuvas, trasbordem!
Encham a minha taça,
solvam do meu cálice.
Molhem-se! 
Embriaguem-se.

___________________&______
Autor: ChicosBandRabiscando 





Escrevo


Escrevo do tudo que sinto;
do que não resisto.

Escrevo das coisas que vejo;
do que esta vivo.

Escrevo por lampejos;
traduzo, me atrevo.


Autor:(ChicosBandRabiscando)




segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Entrega


O juízo ficou louco,
e a espada nos fere.
Saliva, suor, entrega.
O amor quer a guerra.

Perco-me no teu corpo,
ganhas a minha vida.
Deixei de ser livre,
jã não mais quero.

Você em mim.
Eu em você.
Não temos saída,
não era assim. 





Autor:ChicosBandRabiscando













Abelhas


Somos uma ideia,
milhões de abelhas.

Somos a colmeia.
O ventar na bandeira.  



Autor:ChicosBandRabiscando








Credites:https://pixabay.com/pt/users/patosan-172763/

Ruído



Respiro,
                                penso.
                          
Logo,
                                                não faço silêncio.






 Autor: 

 Francisco de Assis Dorneles 












domingo, 27 de outubro de 2019

Desconstrução.


Sou minha sede.
Sou as paredes.
Não tenho sede.

Sou restos de construção.
Tijolos jogados ao chão.
Projeto em indefinição?

Reconstruo-me!
Destruo-me!
Implodo-me!
Reinvento-me!

Sou um engenho do tempo.
Cimento e sentimentos.
Não me sustento. 
Meu eu aqui já morou.

Partiu, não desabou.
Sou o que nunca parou...
Não sei mais quem eu sou?



 
Autor:  Francisco de Assis Dorneles











quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Snowden



Homo Sapiens.
Homo Deus.
Homo Dados.

A Matriz foi violada.
Foi quebrado o seu script.
Podres poderes do Estado!
Vazam os dados....

Há um anti-herói não corrompido.
Há um herói mal compreendido.
Há um párea navegando sem pátria.

O seu coração tão triste dispara.
Eles o relegaram ao  ostracismo.
Liberdade,joia rara, não resiste! 






Autor: Francisco de Assis Dorneles






















domingo, 20 de outubro de 2019

Garoto da fábrica


Ei, garoto triste,
eles não se importam com você.
Não querem saber nem o teu nome.
Persiste!
Luta contra essa fome.

Ei, garoto menor que um dólar,
todo dia tá na fábrica.
Não deixe que te chutem feito bola.
Ei, garoto sem caderno,
quero te ver na escola.
Quem sabe um dia te veja de terno.

Ei, menino feio,
teus pés não conhecem um tênis de marca.
Sei que o teu bolso tá liso.
Ei, menino  fantasia,
quem é que te dá um bom dia?

Ei, menino ferido de morte;
sei que tá fugindo dela...
A vitrine é apenas a ilusão dentro  de um shopping.
E o que você veste diz muito da tua sorte.

Ei, menino que calça o mesmo calçado.
Acredite, o tédio nunca foi bom remédio.
Ei, garoto do turno dobrado,
hoje eu sei o quanto você anda cansado.

Ei, menino que veio do Nordeste,
espero que seja forte.
Mas, tem hora que até duvido?

Ei, menino pobre!
Não lhe vestiram uma pátria.
Tudo que te cobre é um combo apertado.
É o que você chama de casa.

Ei, menino sem asas,
perdeu teus sonhos na ilusão de uma metrópole.
Não se entregue aos seus medos.
Ei, menino do coro surrado,
tá na hora de escrever novo enredo.

Ei, menino sem cobre,
quantos calos você já tem nas mãos?
Sei que não dá mole,
siga firme os teus passos...
Você ainda tem muito chão;
espero que sim.

Ei, menino do salário de miséria,
espero que não caia, senão eles te comem.
Nas ruas, seja um artista.
Nas cordadas, um perfeito equilibrista.
Você ainda tem bom coração.

Ei, menino invisível,
todos os dias sai bem cedo pra guerra.
Não amacie, garoto!
Não se apague.
Pois, a cada dia terá um leão.
Espero não te ver morto.

Ei, menino do corpo suado,
não quero te ver mais por aqui.
Por isso, persiste...
Quem sabe um dia você seja um homem.






Autor: Francisco de Assis Dorneles







Obs.: não consegui uma imagem livre para este poema. 
Consegui apenas esta do site abaixo, caso haja algum problema a retiro.
Credites:http://www.educandotudomuda.com.br



segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Jarro




Caos.
Caco.
Refaço-me.

Um vasilhame sobre à mesa.
Um ser de tantas incertezas?

Caio...
Despedaço.
Refaço-me.

Uma alma colada.
Um corpo cicatrizado.

Barro.
Jarro.
Refaço-me.


Autor:Francisco de Assis Dorneles










Credites:https://pxhere.com/en/photo/1023291

domingo, 13 de outubro de 2019

Carta ao sentimento


Se um dia você abraçar um rosa e não sangrar,
provavelmente ainda não está pronto para amar.

Porque quando o amor faz carta, já tem  endereço.
E falando de sentimentos, todos pagam um preço.



Autor: Francisco de Assis Dorneles.






sábado, 12 de outubro de 2019

Carbono quatorze

    

Mitos,


a idolatria que o povo segue.
É a tirania que nos persegue.
São as torturas que  choro.
É o grande líder que adoro.

Mitos,

empanturrado,  os vomito.
Tão fascinado, me castigo.
É um livro aberto ao perigo.
Um doce flerte ao abismo.

        
Mitos,

a pura droga que me faz doente.
A lâmina sedenta que assassina.
Um hospedeiro em minha mente.
São diabruras que me fascinam.

Mitos,

o "meu deus vivo que não erra".
Minha única crença como verdade.
O meu chamado para as guerras.
É o que me enforca a liberdade.

Mitos,

um senhorio que me aprisiona feito gado.
A força bruta  que faz  meu corpo violado.
O conservadorismo mofo em carbono quatorze.
A mentira mais sincera que todo  povo ouve.

Mitos,

é a letra torta do meu código de Hamurabi.
A mão de ferro que agoniza a minha nação.
A lâmina fria retalhando o meu coração.
Mitos, é tudo aquilo que não nos cabe.

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Carbono quatorze
Autor: ChicosBandRabiscando








Obs.: não identifiquei o artista da imagem,
por isso, não tem os créditos da mesma.
Qualquer problema a retiro, grato.




                                    

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Meretriz


A fama jura que um dia ainda será bem-amada.
Despida, veste o seu corpo no batom vermelho.

Se entrega aos prazeres da noite para ser gozada.
A fama é uma meretriz ganhando a vida no puteiro.






Autor:  Francisco de Assis Dorneles








Credites:https://pixabay.com/pt/illustrations/língua-boca-lábios-394965/


terça-feira, 8 de outubro de 2019

Sapiens


Ser de instinto.
Corpo em libido.
Macaco de pelo.
Bicho esquisito.
Cabelo crespo.
Cabelo liso.
Tarzan das pedras.
O fera das guerras.
Da carne que habito.


Autor:ChicosBandRabiscando



















sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Harley Davidson


Ela passou e nem olhou...
Ela passou bem dentro de mim.
Ela passou e acelerou...

E o meu pobre coração foi ficando assim.
Ela passou, porém, não me amou.
Se o mundo é bom, o meu se ela anda ruim.

Garota linda da motocicleta,
será que você não vê?
Tô te querendo mais que uma paquera.
Oh, menina que corre tanto!
O meu coração você tá machucando.
Te fiz os versos pra você não esquecer.


Ela passou e nem olhou...
Ela passou bem dentro de mim.
Ela passou e acelerou...

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Autor: ChicosBandRabiscando

Peixe de aquário



Um cardume em rede.
Um peixe tão solitário.
Um peixe preso à tela.
Um peixe sentido sede.

Pluga-me!
Conecta-me!
Ajuda-me!
Liberta-me!

A solidão nos une.
A solidão nos pune.
A solidão nos ilude.
A solidão nos curte.

Um peixe se afogando. 
Um peixe dentro de um aquário.
Um peixe  vestindo o seu terno.
Um peixe tão antiquário.

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Autor:ChicosBandRabiscando
(Peixe de aquário) 




Credites: https://unsplash.com/@matthewalexander