1984 olhos

Vida mais que corrida..,
conectada, vazia!

Tão cheia de tudo;
despedaçaram com o nosso mundo!

Ideologias são como alergias,
coçam em  nossos cérebros.

Estou farto de tudo;
não quero!

1984 olhos  nos vigiam;
noite e dia.



Autor: ChicosBandRabiscando








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As noites

A desilusão de uma noite  mal dormida,
poluída pelos sentimentos desta emoção.

Minh'alma  sensível com a sua partida,
fica esta dor apertando o meu coração!




Autor: ChicosBandRabiscando





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Lágrimas de duas janelas

Dentro de um pequeno apartamento havia uma alma num quarto solo.
Pessoas que por aquela rua passavam juravam que ninguém ali vivia.
Havia sim um quê de beleza naquela tristeza que ninguém conhecia.

Quem mais saberia daqueles sentimentos senão as nuvens ou os ventos.
Caindo as tardes choviam lágrimas das janelas daqueles lindos olhos.
Um dia abriram o misterioso apartamento;nada tinha,só sentimentos.




Autor: (ChicosBandRabiscando)









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Anjo Alforria

Todos os dias o chicote vinha e o lambia;
estalos e estalos, era aquilo que  ouvia.
Doía-me!
Contaram-lhe sobre um tal Santo dia;
mas não...
Como podeira crer se toda sua vida o ardia!

Tão cedo, o coro da chibata amara seu lombo;
carne exposta às moscas, filetes em sangue;
Acreditem, há dores que jamais se estancam.
Eram assim que o seu trabalho mais que rendia.

Noites pequenas para um corpo moído;
carne abatida, alma triste, sofrida!
A desilusão fazia guarita no seu coração.
Não havia porto, direção; duvidará da vida.
Pobre ser sofrido atirado aos escombros!

Vamos, levanta-te!
Pois, hoje é o teu Santo dia.

Não posso, não tenho forças.
Desejo apenas uma forca,uma forca.
Vós,
vejo que sois misericordiosa,
daí-me uma!

Não!
Nada disso; peço que te levantes.
Sorria! Deixa este corpo cansado;
não vês!
O teu fardo já esta morto.
Escuta-me, sempre estive ao seu lado.
Sou  teu anjo, uma humilde poesia.
Liberta-te!
O céu é te agora  Alforria.






Autor: ChicosBandRabiscando






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Paul Cézanne / Public domain
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Aqueles olhos

Aqueles olhos eram tão lindos!
Tímidos, porém, expressivos.

Aqueles olhos eram tão vivos, bonitos.
E conseguiam enxergar o infinito....

Autor:(ChicosBandRabiscando)

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Sal da terra

Há uma imensidão de sentidos onde habito.
Sopra a minha alma por novas direções.
Sinto que todos os meus verbos estão vivos!

Não quero país, nenhum chão.
O baixo sentir é  sombra que arrefece.
O amor não,  é o fogo que  me aquece.

Violo todo sal da terra provando o sabor.
Venço as minhas guerras louvando o amor.
Rastejo,farejo-me;venço este agreste!

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Sal da terra 
Autor: ChicosBandRabiscando






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Nacos da desilusão

Já não tenho mais nenhuma certeza;
quem chegar primeiro corte o pão.
Que não fique um naco sobre a mesa!

É enfadonho sentir o bolor desta dor;
quero ver retalhado o pão de desilusão.
Enfastiei-me com o sabor das tristezas.









Autor: ChicosBandRabiscando








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O ego e o prego

Por onde  passava ouvia os suspiros.
Nossa, mas que homem bonito!
Parece um deus grego entre os vivos.

De tão vaidoso inflava todo seu ego.
Era o alfa dos alfas, só curtia escolher.
Vida  de pompa e proa até achar um prego.

Ora! Toma tipo seu velho feio  encolhido.
Estenda esse braço, parece até que é bicho!
Ranzinza, sem amigos, terminou num asilo.



Autor: ChicosBandRabiscando









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Amor prisão

Declare guerra a  quem já não te espera,
liberte-se para que venham as primaveras.

Resgata teu coração das grades desta prisão.
Ame-se,prove-se; vista-se em um novo vinil.

Já era!
Diga adeus ao falso amor que não resistiu.




Autor: ChicosBandRabiscando





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Coração na proa

Não sei se a paixão é-me uma coisa boa,

pois, me vejo assim em prancha e proa.

Varrido coração de um louco apaixonado!
Cego na emoção pronto a ser arremessado...

Autor: ChicosBandRabiscando

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Coração em chamas

Não sou o melhor tradutor do amor.

Ainda assim, o amor me  chama.

Sinto a sua dor,

queimo-me por tuas chamas!

Autor: ChicosBandRabiscando

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Um verso desperto

Não sabia que  era poesia,
estava nas músicas que ouvia.

Eu chorava, morria!
Até que um dia...

Um novo sol se movia,
me vi assim poesia.






Autor: ChicosBandRabiscando







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O amor

Tuas asas

Profetas e poetas

Eu nunca entendi o que o destino quis de mim.
Às vezes, me pego assim acuado junto a um beco.
Ainda que desnudo, preservo este olhar profundo.
Parece que todos me pedem para traduzir o mundo.

Ora! Nem mesmo sei  se estou aqui ou daqui.
E quem dera se fosse fácil o ato de existir!
Mas não, tem esta nuance entre solidão e um coração.
Desatado, busco respirar tentado reencontrar-me.

Aqui estou sob este céu, e minha alma sobre um lar.
Tenho a mente agitada, não suporto morar numa cama.
Sinto-me atraído pelo brilho silencioso das noites.
Almas me chamam porque estrelas não são pequenas.

Vou lá fora despido das cobertas, busco uma descoberta.
Tudo bem que este calor até que me seja confortável.
Entretanto, viver de uma única linha é tão descartável!
É preferível  girar com os astros pelo caminho leitoso.

Amo o silêncio, é onde penso.
Sei que minhas palavras caminham letas, morosas...
Que seja assim, pois dentro de mim, são majestosas!
Meus versos nascem para desatar o caminho do nada.

Quem dera se estrelas falassem; na verdade, falam.
Tinem silenciosas como a um sino que se badala.
Noites frias contentam-se com uma fogueira pequena.
Humildes, estas não buscam ofuscar nenhuma estrela.


Não querem interromper o dialogo das almas serenas.
O que diferencia a alma de um poeta com um profeta?
Descalços, pisam em pregos e amam a seus desertos.
E, se deste mundo partirão, deixarão os seus versos.




Autor: ChicosBandRabiscando




Este poema dedico a memória do grande
poeta libanês, Gibran Khalil Gibran. 










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Kahlil Gibran [Domínio público Domínio]

Verão passado

Quando adormeço eles já me esperam;sim, são os tais fantasmas.

Formas disformes e etéreas, assim me vejo na cidade dos ossos.

Há corpos caídos, outros se arrastando, verdadeiros morto-vivos!

Como enxergar beleza senão o caos, tudo que vejo são destroços.

Vultos atacam-me, ferem-me; prefiro aqui não falar dos gruídos.

Em vão tento correr, transpiro; não adianta, sinto-me cansado!

Devo continuar, cruzar os pântanos, enfim, atingir o outro lado.
Acreditem, há tempos não tenho o sono como um bom companheiro.

Tão logo adormeço, respiro o miasma;é insuportável o mau cheiro!

Oh! Vozes tormentosas,lastimosas!Por que continuam a me acusar?

Ora ora! Por quê por quê? Que ironia vem a ser a vossa pergunta.

Sabemos muito de você,do que fizestes num certo verão passado.

Somos o teu juiz. Estes pesadelos que te afligem é nosso recado.

Autor: ChicosBandRabiscando





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Cactus

Cactus tem espinhos para se proteger.

Eu também,

 comecei a gostar de você.


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Autor: ChicosBandRabiscando

Cactus

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O tempo em mim

Aprenderei por toda eternidade.

Porque o tempo...

Vem pra roubar as minhas verdades.





Autor: ChicosBandRabiscando






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Ânsia da arte

Não sei o que me vem primeiro.

Se este mar de ansiedade,
ou então, a força desta arte?

Acuado, ganho um tiro certeiro!



Autor: ChicosBandRabiscando



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