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domingo, 29 de dezembro de 2019

Amor líquido


Tenho um amor roubado de namoradas.
Tenho um amor cigano dessa estrada.
Aceno carona prum  amor  líquido.

Fixo meus beijos bem na entrada da fachada.
Figurinhas carimbadas do meu álbum de sabor.
Salivas, mordidas;coisas do que chamam amor.

Mas não me entrego por inteiro.
Sou dose incerta caindo a conta-gotas.
Só faço  segredos ao meu travesseiro.
Faceiro amor que vive a trocar de roupas.

Solidão, que nada!
Solidão, que nada!

Dizem que a maçã mais doce é a mais alta.
Por isso, cortei as asas do meu cupido.
Virei   bandido das causas do bem.
Roubo das ricas e me dou as pobres.

Travesseiro, 
o meu pensamento voa....!

Que mal tem? Oh, meu bem!
Eu tenho sorte, estou aqui de boa!
Que mal tem? Oh, meu bem!

Solidão, que nada!
Solidão, que nada!

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Autor: ChicosBandRabiscando







Credites:Foto de Lea Khreiss em Unsplash


domingo, 22 de dezembro de 2019

Primícia



Tem certas poesias que não deveriam ser colhidas.

São os  frutos primevos da grande árvore-da-vida.


Assim começaram os poetas a sangrar suas feridas.




Autor: ChicosBandRabiscando






Crdites:https://pixabay.com/pt/photos/%C3%A1rvore-ver%C3%A3o-bela-horizonte-prado-838666/



O tempo e esse esquecimento

O tempo venceu, a gente perdeu.
Banidos do Paraíso e sua beleza.
Não há mais princesa, nenhum Romeu.



Autor:ChicosBandRabiscando

















Credites: https://unsplash.com/photos/I2HZhYDEDN0

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Esfinge


Que ninguém ouse dominar o  coração de um poeta!
Que ninguém ouse  acusar-lhe que seja  luz ou as trevas;
é preciso  entender que  a sanidade o acompanha,
que toda a loucura o assanha!

A poesia talha na pedra bruta os seus verbos.
Faz nascer do simples, o complexo.
Assim é o poeta em seus versos.

Porque não existe  poesia sem deserto,
tão pouco, nasce o poeta sem um chamado.
É preciso pisar a areia e trilhar o caminho...
Fazer poesia é muito mais que estar sozinho!

Nas mãos do poeta somente há uma carta.
Decifra-me senão te devoro.

Sobre a mesa posta sua única jogada.
Decifra-me senão te devoro.

São duas faces.
Decifra-me senão te devoro.

Uma única moeda.
Decifra-me senão te devoro.

Você confia na tua  lanterna?
Decifra-me senão te devoro.

Caminharás por minhas trevas?
Decifra-me senão te devoro.

Rimado coração,
em mim tudo sangra.
Os versos,
um violão.

Meus sentimentos  romperam a casca,
a poesia atingiu-me o germe.
Sou todo epiderme.

Nada mais por mim fala,
nem um único grito.
Toda poesia em mim cala.
Somente os versos se atrevem.

Poema escrito.
Decifra-me,
eu te imploro!

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Autor: ChicosBandRabiscando
Esfinge 









Créditos, não encontrei, é uma imagem antiga(Grécia)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Um coração molhado


É incrível a relação entre a chuva e um coração apaixonado.
E pra você vê, o meu ultimamente anda  molhado.


Auto: ChicosBandRabiscando.









Verdades de um coração



Tome cuidado porque o amor dói, mas isso eu já sabia.
O que não me contaram é que eu não te esqueceria.


Autor: Francisco de Assis Dorneles






sábado, 7 de dezembro de 2019

Favela e resistência


Preto é o lugar onde moro.
É o cão-abrigo da minha pele.
É todo este chão onde choro.

Ventos que não me apaguem.
Balas que não me rasguem.

Tenho mulher e filhas.
Tenho suor e trabalho.
Luto com a minha  fé.

Mas  a esperança....
Será que ela vinga?

Quem é que duvida?
Quem é que duvida?

Rara sorte, pouca sorte;
tanto faz!

Viver favela é ser capela.
É aonde um dia eu corri criança.
Esta é a terra das minhas cinzas.

Por Deus,
o apartheid só nos discrimina!
Todos nossos sonhos esfarelam.


Chover é ver o corpo sangrar em balas.
Porque favela é  senzala;
e não me fale de "Lei Áurea"!


Ontem foi um garoto, hoje uma menina.
Triste sina!
Mas quando é que esta guerra termina?

Quem é que duvida?
Quem é que duvida?

Rara sorte, pouca sorte;
tanto faz!

Aqui em cima só pés-de-chinelo.
Lá embaixo reinam os castelos.
A metrópole só ama os shoppings.
Filho de mãe preta, corre!

E agora me digam, que são os heróis:
Os traficantes, os policias?
Às vezes eles são tão iguais!
Mas a gente...
A gente só quer a paz!

Favela não é Disneylândia,
é tudo uma miscelânea.
Pobre infância!


Quem é que dúvida?
Quem é que dúvida?


Rara sorte, pouca sorte;
tanto faz!

Canto, choro e oro.
Acendo velas sobre o moro.
Vou erguendo os meus tijolos.
Só Deus é o socorro.


Eu limpo as lágrimas dos olhos.
Deixo meu sangue cingindo o papel.
O mundo é cruel!

Mas enfim,
aqui de cima é bem mais perto do céu.

Quem é que duvida?7
Quem é que duvida?

Rara sorte, pouca sorte;
tanto faz!



(ChicosBandRabiscando)




Credites:https://library.brown.edu/create/fivecenturiesofchange/chapters/chapter-9/favelas-in-rio-de-janeiro-past-and-present/


Obs.: caso o site  que busquei esta imagem não concorde na utilização, a retiro de imediato.
Os créditos estão acima, obrigado.





sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Porta colorida


Uma porta colorida.
Uma nova estrada para vida.
Um lindo Cruzeiro do Sul.
Solte o balão, o teu coração...

Você e eu, 
unidos somos mais que um.
Pois sempre haverá saída.
E não desistir é se divertir.

Juntos pulando obstáculos.
A fé é o melhor sustentáculo.
Acredite, nem tudo será ruim.
A busca agora é ser feliz.

Não é hora pra desistir.
Pegue o teu  pincel.
Vamos pintar o céu.
Aceite ser aprendiz.





Autor:ChicosBandRabiscando






Credites:https://pixabay.com/pt/photos/tijolo-parede-de-tijolo-4358640/

domingo, 24 de novembro de 2019

Sob o sol girassol



Não sei por que você partiu?
Na minha alma você viveu.
A dividiu.

Você foi o fogo que derreteu
Foi um brilho lindo que sumiu.

Perdi minha fé, era um ateu.
Eu vi a minha alma nua.
Tão sua, quase ela morreu!

Fui sede de um peixe sem água.
Carne sangrando presa ao anzol.

Por sete luas.
Por sete sóis.

Também estive em despedida...
Queimava em girassóis.

Quando você nadava, me afogava.
Não reconheci a minha estrada.
Por teu coração.
Feito faca sobre o meu.

Eu debati buscando vida.
Não me via sem o teu.
Eu estive em eclipse.
Cada estrela era triste.

Por sete luas.
Por sete sóis.

Também estive em despedida...
Queimava em girassóis.

Vi você parti.
Eu quis você aqui.



_______________________________

Autor:ChicosBandRabiscando



Obs.: 
Clara influência da banda Legião Urbana.
Escrevi esta letra ouvindo (La nuova Gioventú)







Credites:https://pixabay.com/pt/photos/girassol-flores-vegetais-helianthus-4339701/


segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Vai e vem...



Impublicáveis, 
é toda a nossa vadiagem.
Besteiras de amor.
De um puro sabor.

Você e eu fazendo o "show".

Caretas são as lambretas.
Num quarto fechado.
E eles no buraco da maçaneta.

Dois amantes,
namorados.
O amor é bom, meu bem.
A gente se reinventa.

Perco meu corpo no teu.
Paixão sem fim, você e eu.
Brincando de piqui-esconde.
Feitos Julieta e Romeu.

Nem precisa fechar a porta,
A gente se gosta, 
se enrosca.
Vai...
Batidas no liquidificador.

O amor é bom, meu bem.
Conserve o teu.
Feitos Julieta e Romeu.

Por isso, a gente se ama.
Curtindo nesse vai e vem...

Nesse vai e vem...
Tão bem!




Autor: Francisco de Assis Dorneles








domingo, 17 de novembro de 2019

O herói invisível




O meu Estado é um olhado furado.
É carne picada, sangue talhado.
É um parafuso apertado, enferrujado!
É você  dando o seu recado.

Porque dados são dados.
Números contando o teu estrago.
E não há nada de novo no front.


Mas, a gente finge; não vive, se esconde.
Das mentiras que você nos conta.
Do teu exército que nos afronta.


A violência é tão fascinante.
Extermina a vida num instante.
E o nosso futuro tão distante...

Nada cura a loucura dos lobos.
Quantos corpos pelas ruas.
Agora ninguém mais grita.
É proibindo ficar rouco.


Alguém nos diga.
Quando chegará o amanhã?
É preciso sonhar de novo.

Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.


Quantos inocentes você cala.
Um dia vivo.
No outro...

Estranha linguagem das tuas  balas.
Só é permitido estar morto.


Ainda assim, a liberdade arde.
É o prato indigesto a ti.
Covarde!

Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.

Soldados brincando de dardos.
O nosso sangue jorrando quente.
Na  praça perfilando os  tanques

A nossa ferida que não se estanca.
É o  sangue puro dos inocentes. 
Tão quente!

Uma bandeira branca.
Um perfume derramado.

O  cravo foi esmagado.
Despedaçado.
Por nada!

Balas não falam.
Apenas calam.

Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.



O teu terror sentirá o nosso afago.
Calados, crucificados...
Ainda, lembrados.

Pois, nenhum herói estará morto.
Resistindo...
Falando do fim.
Do teu pão e circo.
Deste perigo.

É tudo assim.
É tão ruim!
Nada de novo.
Castigo!

Um anjo na  Praça Celestial.
Um anjo livre, oprimido, preso!
Um anjo tão indefenso.
Um anjo em inferno astral.

Os fins justificando os meios.
Os tanques abrindo caminho...
Um homem atingido em cheio.

Aonde é que a gente se esconde?
Nenhum ditador ama o seu povo.

Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.





Autor:  Francisco de Assis Dorneles






Credites: phtografer Chalie Cole, talk man.
Word Press Photo, 1990. (JEFF WIDENNER/ AP)










terça-feira, 29 de outubro de 2019

Nuvens de Agosto


Nuvens, 
por que nunca me falam?
Fico aqui sempre a olhá-las.
Porém, 
todas me calam!

Nuvens que sabem o que penso;
desta vontade guardada,
tão sufocada!
Confissões em silêncio,
gotas caindo...
Não resistindo.

Nuvens cinza,
esponjas brancas.
Veem  lá de cima.
Se introjetam em mim,
absolvem a minha dor.

Nuvens, 
vos peço.
Por favor, não mintam!
Porque penso,
sinto!

Nuvens que me fazem sorrir;
chuvas que me levam a chorar.
Das tardes que se põem a cair...
Chuvas, daí-me um lenço.
Por que não se cansam?

O tempo,
sempre o tempo!
Meus sentimentos;
juro que não os entendo?
É-me confuso,
profundo...

Às vezes, vejo-me lá fora.
Sou as próprias nuvens.
Noutras,  aqui dentro;
águas assim me molham.

Nuvens que não passam;
transpassam, encharcam-me.
No céu busco respostas.
Por que me embaçam?
Confessem-se!

Chuvas, trasbordem!
Encham a minha taça,
solvam do meu cálice.
Molhem-se! 
Embriaguem-se.

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Autor: ChicosBandRabiscando