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domingo, 24 de novembro de 2019

Sob o sol girassol



Não sei por que você partiu?
Na minha alma você viveu,
A dividiu,
Poderíamos não ter visto o cais,
Ter vivido um pouco mais…

Você foi o fogo que queimou,
Um brilho lindo que se apagou!
O que era verde não resistiu,
Do nosso amor, nenhuma folha se salvou!

Perdi a fé, eu era um ateu,
Vagava por entre o sol e a chuva,
Sentia a minha alma nua,
No dia em que me esqueceu.

Fui um peixe fora d'água,
Ficava claro que o teu exército me salvava,
Preso a uma rede que não estava,
Toda a minha alma sangrava! 


Por sete luas,
Por sete sóis,

Estive entre a cruz e a espada.

Não me dava saída,
Também me via em despedida...
Fisgado a um anzol,
Eu queimava em girassóis,
Por cada escolha errada...

No teu coração,
Feito faca sobre o meu,
O que era coragem já não falava!
Caminhei por tua estrada…


Mesmo sabendo que era forte,
Eu me sentia pobre!
Por você, visitei a escuridão,
Estive ao seu lado em dias nublados, 
Mas não queria que fosse em vão!


Não me via sem o teu,
Cada estrela era triste,
Por visitar o teu eclipse,
Em cada fase da tua indecisão...


Por sete luas,
Por sete sóis,

Estive entre a cruz e a espada.


Conheci a tristeza nos teus olhos,
Decifrava o teu sorriso,
Aconchegava a tua dor no meu calor,
Já não era preciso,
Porque sabia que não eras forte.

Entre a luz e a escuridão,
Vi você partir,
Eu quis você aqui,
Ainda assim!


Da nossa árvore cortada, o perfume floresceu,
Nada veio depois de nós,
Há quem diga que o amor não morreu,
Eu só queria ouvir a tua voz!


Por sete luas,
Por sete sóis.

Estive entre a cruz e a espada,

Por sete luas,
Por sete sóis,

Estive entre a cruz e a espada.

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Sob o Sol Girassol
De: ChicosBandRabiscando




Obs.: Inspirando na canção
(La Nuova Gioventú/Legião Urbana)

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Vai e vem...



Impublicáveis, 
é toda a nossa vadiagem.
Besteiras de amor.
De um puro sabor.

Você e eu fazendo o "show".

Caretas são as lambretas.
Num quarto fechado.
E eles no buraco da maçaneta.

Dois amantes,
namorados.
O amor é bom, meu bem.
A gente se reinventa.

Perco meu corpo no teu.
Paixão sem fim, você e eu.
Brincando de piqui-esconde.
Feitos Julieta e Romeu.

Nem precisa fechar a porta,
A gente se gosta, 
se enrosca.
Vai...
Batidas no liquidificador.

O amor é bom, meu bem.
Conserve o teu.
Feitos Julieta e Romeu.

Por isso, a gente se ama.
Curtindo nesse vai e vem...

Nesse vai e vem...
Tão bem!




Autor: Francisco de Assis Dorneles








domingo, 17 de novembro de 2019

O herói invisível




O meu Estado é um olhado furado.
É carne picada, sangue talhado.
É um parafuso apertado, enferrujado!
É você  dando o seu recado.

Porque dados são dados.
Números contando o teu estrago.
E não há nada de novo no front.


Mas, a gente finge; não vive, se esconde.
Das mentiras que você nos conta.
Do teu exército que nos afronta.


A violência é tão fascinante.
Extermina a vida num instante.
E o nosso futuro tão distante...

Nada cura a loucura dos lobos.
Quantos corpos pelas ruas.
Agora ninguém mais grita.
É proibindo ficar rouco.


Alguém nos diga.
Quando chegará o amanhã?
É preciso sonhar de novo.

Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.


Quantos inocentes você cala.
Um dia vivo.
No outro...

Estranha linguagem das tuas  balas.
Só é permitido estar morto.


Ainda assim, a liberdade arde.
É o prato indigesto a ti.
Covarde!

Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.

Soldados brincando de dardos.
O nosso sangue jorrando quente.
Na  praça perfilando os  tanques

A nossa ferida que não se estanca.
É o  sangue puro dos inocentes. 
Tão quente!

Uma bandeira branca.
Um perfume derramado.

O  cravo foi esmagado.
Despedaçado.
Por nada!

Balas não falam.
Apenas calam.

Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.



O teu terror sentirá o nosso afago.
Calados, crucificados...
Ainda, lembrados.

Pois, nenhum herói estará morto.
Resistindo...
Falando do fim.
Do teu pão e circo.
Deste perigo.

É tudo assim.
É tão ruim!
Nada de novo.
Castigo!

Um anjo na  Praça Celestial.
Um anjo livre, oprimido, preso!
Um anjo tão indefenso.
Um anjo em inferno astral.

Os fins justificando os meios.
Os tanques abrindo caminho...
Um homem atingido em cheio.

Aonde é que a gente se esconde?
Nenhum ditador ama o seu povo.

Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.
Sabemos disso mais que um pouco.





Autor:  Francisco de Assis Dorneles






Credites: phtografer Chalie Cole, talk man.
Word Press Photo, 1990. (JEFF WIDENNER/ AP)