Orgulhoso, bem o sei,
Eu era um doutor da lei.
Pela força da oratória, sabia que fazia escola,
Assim, o jovem moço seguia a caminho de Damasco.
Outros comigo também iam,
Todos armados com gumes de aço.
Acreditávamos que tudo se resolveria fácil:
Os seguidores do falso messias cairiam à força do laço.
Mas no calor daquele meio-dia,
Surge uma luz — eu já não via!
Meu orgulho profundo se curvou
Diante da força daquele amor.
E o servo de Tarso finalmente conheceu o seu fracasso.
"Saulo, Saulo!
Por que me persegues?
Não me causes guerra,
És para mim o puro sal da terra.
Saulo, abandona as trevas,
Vem e me segue..."
_"Ora, quem és que não consigo ver?
_Por que me envolve com tamanha luz?"
Não quero carregar está cruz!
_Filho, não chores!
Breve abrirei novamente os teus olhos.
Falo-te agora, da alma para fora...
Trago-te a Boa Nova!
Cego te torno, mas para que do deserto sejas liberto.
Procura Ananias e reencontrarás novamente alegria.
Breve caminharás comigo.
Incompreendido, serás ferido,
E sofrerás os castigos dos mártires perseguidos no circo.
Mas não temas perigo algum, pois contigo sempre estarei.
Porque tudo já estava escrito:
O perseguidor servirá a Cristo.
Saulo, não sou mais teu inimigo!
Escolhido, irás plantar os meus belos lírios.
És semente do meu evangelho,
Tão bem te quero!
O peregrino encontra aqui o seu destino.
Tua boca já não se cala,
Em ti, todo o amor agora fala!
Outrora,
Eras Saulo.
Agora,
Te nomeio Paulo!
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Paulo de Tarso
ChicosBandRabiscando