Se o amor se posta a falar, que me fale. Que escale os cumes da minha montanha! Que atinja fundo as entranhas de minha alma! E sendo assim, que todo o amor me vença. E que me salve! E que me salve!
Quando você me chega, vem levando pedaços de mim. Passo o tempo, você volta. Retorna pra me reconstruir. Será que o amor será sempre assim? Uma trama.... Um jogo... Sublime força estranha! Às vezes me afaga. Às vezes me arranha. A ti, sei que nada destrói, fica apenas essa chama. Um fogo a queimar por dentro. Amor, o ácido que me corrói. E o mais quente dos elementos. ___________________________ Autor: ChicosBandRabiscando
Que me importa se me chamam de poeta. Tão pouco, se me reduzem as linhas retas. A verdade, é que tenho predição a amar os loucos. Vejam o exemplo dos trapezistas. Acima, fretam com a liberdade. Abaixo, uma ansiosa multidão. Uníssonos, pensam na mesma maldade. Então, prefiro andar sobre estas curvas. Sentir o frio cortante no balançar das cordas. Mas vem cá, e quanto a vida dos comuns? Ah! Isso pouco me importa. Veja o exemplo do palhaço do circo. Ganha a vida improvisando seu sorriso. E o resto? Fale-me do resto! Resto! Não tem resto. Tudo mais é pura descoberta.
_Caneta, por que pensas ser mais que as letras? _Você se acha tanto; veja esta tua pele, se misturou ao próprio manto. _Mas quero lhe dizer uma coisa, você não me é diferente.
_Vai, observe-se! Esta vendo? _Nem é transparente! _Por isso, não minta! _Não pra mim. _Sei muito de você! _Falo das coisas que povoam sua mente. _Caneta de uma única tinta; é isto! _Este é o resumo do teu discurso; sua doente! _Caneta-rainha, você é uma ególatra. _E sobre eles? Sim, isso mesmo. _Digo dos ratos que vivem a sua volta. _Sinto que nem a ti sejam interessantes. _Quero vê-los todos distantes. _Ou melhor, corrigindo, bom seria vê-los todos na praça.
_Imaginem a cena todos aqui: Os tambores rufando, pescoços postos as forcas, a multidão gritando. _Em segundos, a catarse; a nossa rendição! _Inúteis membros estalando. _Ah! Não se comovam por isso, oh! Meu povo. _Pois, afinal o que vale um puxa-saco? _Lhes respondo: Nada!
_Mas para você, rainha-caneta, talvez eles tenham a devida serventia. _As tuas ordens forma-se uma grande fila, lacaios, capachos; todos ali. _Assim ,você ordena: venham lamber os meus saltos; não parem, quero todos! _Tediosa nobreza, um bando de chatos. _É isso o que acho. _Atenção corte, com a palavra a rainha dos ofícios. _Grande coisa você pensa ser! _Meu Deus! Que desperdício!
_Vai, mude a tua face, torne-se irada! _Afinal, para mim você não tem disfarce. _Risque tudo mais uma vez na força bruta, faça sucos bem profundos. _Rasgue tudo com tua ponta. _Mostre a todos quem você é. _Quem manda! _Espalhe o terror sobre estas letras; não é assim que você gosta? _Que tudo manche! _Que tudo manche! _Não lhes darei meu amor. _Assim, você diz. Dar-lhes-eis o meu terror. _Eu sei, sempre soube deste teu segredo. _És uma caneta-rainha maquiavélica. _A que expõe todo o sangue sobre o papel. _Reconheço todos os teus passos, as velhas linhas do teu enredo. _Já diziam os velhos sábios: _Daí poder a uma caneta; façam isto, a conhecerão de verdade.
_Caneta sem berço, você não tem linhagem, apenas a maldade. _Quero que saiba que nenhuma alma viva lembrará de ti. Porque o teu ácido nem de longe tem o gosto do mel. _Filha das sombras, você é cruel. _É cruel! _Nem mesmo a bondade dos padres, nem eles. _Na tua morte ninguém lhe destinará ao menos um terço. Nada será por ti. _Nada! _Olha , vou lhe dizer mais uma coisa; que todos aqui me ouçam. _Sei que pagarei este preço, pois, a verdade custará o meu fim. _Acaso pensas que não sei? _Estou á par dos teus planos sobre mim. _Provavelmente esta noite tu me mates. _Por isso, caneta-rainha, dane-se! _A minha língua já não é minha, é de todo esse povo. _É por todos eles que falo agora; o teu destino já não demora... _Rainha louca, insana! _Não passas de uma doida varrida. _Você é a prima-sombra de Margot. _Se o teu coração bate, não o faz pela vida. _São as batidas do terror; aliás, nem sei o que você é? _Talvez um mostro; sei lá? _Mas nunca uma mulher! _Veja este teu olhar, não há como o disfarçar. _Aqui! Aqui! _Todos, olhem para mim. _Percebam como esta rainha odeia as cores do mundo.
_Oh! Caneta-rainha, queres que tudo sejam trevas. _Pura vaidade para decorar teu leito. _ Alma sem fundo, terra sem paz! _Nunca foste uma realeza!
_Uma coisa é certa, jamais terás o meu respeito. _És um eterno abismo em pesadelos. _Nem mesmo as águas limpas tu poupas. _Onde tocas esta tua boca fica turvo. _Alma podre! _Tudo o quer pisas pisas levanta larvas. _Vejam estes pequenos rebentos. _Coitada destas sofridas crianças, tão novas! _Como não consegues ver a bondade dos anjos? _Não entendo? _São apenas pequenos arcanjos. _Jamais poderiam vir a lhe ofender; tão pouco, ser um perigo o teu reinado de trevas.
_Mas você não suporta estas pequenas fagulhas de luz. _Quem dera tivesses um pouco de sensibilidade, poderias ver que não passam de noviços-pirilampos. _Porém, ao teu comando ordens: _apaguem todos! _Apaguem! Não os suporto _Faz isso sem o mínimo remorso. _Como você é sádica! _Se volta contra toda vida, quer a todos mortos.
_É, nada de bom vem deste teu coração. _Dane-se as crianças sonhadoras. _Assim, você diz. _Não passa de um ladra de sonhos. _Nem mesmo os teus olhinhos a comovem; quem dera eu tivesse a coragem de os fintar, não consegue! _Desventuradas estrelinhas; sem um céu, um teto, nenhum abrigo! _Malévola, duvido! _Duvido que dentro desta tua alma ainda exista uma mulher. _Pois, nem a morte busca dar-lhes de uma só vez _Não. Que sobre elas caiam gradativamente lenta... _Tudo faz parte deste teu jogo; de vez enquanto, de quanto em vez. _Assim, joga-lhes um naco de pão. _Não é assim que faz com o pobre povo? _No mais, nada de novo! _Tudo isso me abomina! _Caneta-rainha, tediosa, a "deusinha" do mundo. _Grande coisa! _Vai, pese sobre o papel a tua ira mais uma vez. _Como você se acha, Eh! _Se coloca acima do bem e do mal. _A senhora das guerras. _A que escreve as próprias leis; és as leis! _Que todos agora ouçam as minhas palavras. _Por mim falam pela verdade, _Majestade, não valeis nada! _Uma impostora caneta bastarda. _E lhe digo mais, jamais irás para o céu. _Pois, todo o inferno a espera, há décadas! _Sei o quanto esta luz a incomoda; por isso que a inveja. _Este fogo sobre os meus verbos é o lumes da verdade. _É o que queimará estas cordas. _Por que me violas? _Por que me violas? _Sorria, exponha tuas gargalhada irônicas. _Esbanje esta ironia, o teu sádico poder. _Mas, quero que todos aqui saibam. _Claramente vou lhe dizer: _O teu destino, maldosa caneta, já foi traçado. _Tantas almas por ti outrora violadas! _Jamais dormirás o sono da paz; juro-te que por nenhum dia! _Terás um fim nada tragicômico. _Porque todo fogo arde! _Todo fogo arde! _Oh! Desafiadora da luz, pagarás em breve o teu preço. _Coração sem perdão; nada de voz restará, nem ao menos um endereço. _Vaticino agora teu epílogo. _Que sobre ti os demônios das trevas. _Que tragam suas labaredas de fogo, e assim, a devorem! _Tempo, eu o sinto! _Venha tempo como a um raio breve, risque todo este céu! _Revele tuas chamas. _Badale como um sino. _Pois, a voz dos justos vos proclamam.
_ E antes que me vá, ruja! _Ruja o bravo trovão! _Oh, grande juiz do tempo! _Venha com sua carruagem de fogo. _Faça-se a tua justiça, a leve!
_Rainha-caneta, os vermes ansiosos a esperam. _Que todos as devorem. _E que nenhuma alma por ti, ore! _Renasça, rosa púrpura! _Ressurja sobre esta grossa lama. _Hosana! _Hosana nas alturas!
Lua, quero-te sempre nua. Não sei por que me és distante? Linda formosura. Mesmo quando estais minguante Sou teu navegante. Oh! Bela lua. Oh! Deusa lua. Por todo amor segura. Quando me prende as teias. Minha linda sereia. Estais em minhas veias. Assim se faz tão cheia.
Oh! Bela lua. Oh! Deusa lua. Quero teu amor Por ti me faço pequeno Mesmo quando me negou Nas noites de sereno Porque apaixonado estou
Oh! Bela lua. Oh! Deusa lua. Não me deixes triste. A saudade não resiste. Quando estrelas vem. Vou contanto umas cem. Por que não te vejo.
Oh! Bela lua. Oh! Deusa lua. Não me faz distante. Na falta dos teus beijos Cinza esta o meu céu. Por isso estou na rua. Vem e me segura.
Oh! Bela lua. Oh! Deusa lua. Quero estar no quarto. Viver nas tuas faces Assim dormir presente. Linda linda nova. Não me faça ausente.
Oh! Bela lua. Oh! Deusa lua. O meu amor é prova. Porque se renova. Das saudades tua. Posso ser estrela Para assim, tê-la.
Oh! Bela lua. Oh! Deusa lua. _________________________ Mágica lua ChicosBandRabiscando
Uma a uma vejo as folhas caindo.... Rigoroso é o inverno! Sinto-me lento, tão preguiçoso! Ele simplesmente me chega, beija meu rosto. Minha pele se congela, nada mais vou sentido! Esfria-me a vida, rouba-me a seiva. Folhas secas, vida morta. Sinto que tudo me falta! Olhos cerrados, fecho-me a porta, é despedida... Autor:(ChicosBandRabiscando) Crediteshttps://www.pexels.com/photo/door-dry-leaves-entrance-ivy-291647/