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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Nepalm




É difícil fazer as coisas acontecerem.
É complicado para um ser comum.
Afaste de mim esta lente.
Não tente me dar um  "zoom".

Porque a sociedade esta doente.
Caqueticamente decadente.
Queria não expor minhas tristezas.
No mundo sintético não há beleza.
Não foque o meu rosto de frente.

Meu único "dólar" foi rasgado.
E o meu bolso foi roubado.
Matar o leão é ganhar o pão.
É o que chamam de trabalho.
Às vezes nos tratam como gado.

Nasci do lado de lá, senhor.
Não visto a beca dos "civilizados".
Gado bom não se revolta,
nem precisa fechar a porta.
Há tantos cegos no castelo.
Uma salva de tiros aos idiotas.

Tem certos tipos que não venero.
O passado esta "sempre novo".
"Gado bom é o Zé do povo".
É sempre assim, senhor.
O poder tem muitos tentáculos.

No tabuleiro eles movem as peças.
A Matriz é um rolo-compressor.
E quanto a nós? 
Não interessa!
A grande máquina tem presa.

Somos os pedaços de carne.
Triturados a sonhos e ossos.
O que vale uma vida?
Pergunte aos meus olhos.
Às vezes penso demais,
fico à beira do cais.

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta.
Nada disso  alenta.

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta...
Nenhum futuro  alenta.

Ninguém me convence,
desta falta de decência.
Terra em transe,
Estado e violência.
O mundo ficou pequeno!

Todo crime  compensa.
Na política, na guerra.
No bem contra o mal.
O que mais nos espera?
Não raiou a liberdade.

Batidas policiais.
Batidas de panelas.
A ignorância dos bossais.
A floresta e os canibais.
Uma cadeira presidencial.

Pobres filhos de Cabral,
nada de novo nos jornais

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta.
Nada disso  alenta.

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta...
Nenhum futuro  alenta.

A ganância dos mais altos.
Tomam tudo de assalto!
A fé comendo as ovelhas,
os pregadores de puteiro,
fazem tudo por dinheiro!
Sangue, suor e vidas,
não vejo saída?

Mas o filho do homem tinha sede;
ainda tem fome, um nome!
Pela cruz  morreu primeiro.
Fica faltando um enredo.
Deus, o porquê deste medo!

Mais um pombo caiu,
medalhas no peito.
Erro grotesco!
Ninguém assumiu.
Onde está o meu país que sumiu?

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta.
Nada disso alenta.

Porque a música é lenta...
É lenta...
Por mais que você tenta...
Nenhum futuro  alenta.


Um dia tudo isso se arrebenta.



Autor: (ChicosBandRabiscando)










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