Passei à porta de uma igreja onde se lia uma frase na entrada:
"Disque oração".
Parei um pouco a minha caminhada e refleti sobre a mesma...
_Ora! Para que eu deveria ligar se tenho um coração?
Segui, mais à frente havia outra igreja.
Esta era bem mais orgulhosa; tanto em pompa, bem como em
nome:
"UNIVERSAL".
Reconheço, ali havia realmente uma grande ideia de propagada.
Novamente me pus a refletir...
_Não! Isto não é grandeza; claro que não!
_Grandeza é o céu e todas as suas estrelas.
Meses após estes episódios da vida urbana, viajei rumo às colinas.
Ao topo de uma delas, avistei mais uma vez aquela humilde
igrejinha.
Era tão simples, e ,ao mesmo tempo, celeste!
Sempre que por ali passava, meu coração se apertava.
Sentia uma grande vontade de descer do carro, subir a colina e
conhecê-la.
Daquela vez não resisti, parei o carro no encostamento, subi em
caminhada..
Mesmo que um tanto cansado da subida, compensara, pois, a visão
era magnífica!
Sentia uma sensação de liberdade incrível, nunca ante sentida em
minha vida.
Respirei fundo, senti os pulmões a se encherem, continue...
Estava longe da fuligem , do cinza da vida urbana e todas aquelas
buzinas assassinas.
A temperatura da manhã ainda baixa trazia-me uma sensação de
prazer sobre a pele.
Visto que os raios de sol semeavam sobre os orvalhos matinais
despertando a vida.
Lembrei-me na hora do filme : A noviça rebelde na cena em que
Maria corria pela colina.
A relva estava realmente esplendorosa, renovada, misturada as flores
selvagens apontadas.
Um verdadeiro paraíso sobre à terra; perdido, e por mim reencontrado.
Após quase uma hora de caminhada, ou um pouco mais, estava à porta da
igrejinha.
De perto a sua arquitetura simples era esplendorosa; muito mais
que vê-la lá de baixo.
A nomeei de "minha linda casinha franciscana".
Nem parecia abandonada por todo esse tempo, sentia que sempre
esperara por minha chegada.
A natureza lhe cuidara com esmero, a trabalhara por todos esses anos.
Imagineis os pastores, os peregrinos, ali realizando seus cultos dominicais.
A relva tão viva , as gramíneas, decoravam com maestria as suas paredes.
A entrada ornada em belas flores selvagens multe coloridas me convidava.
Não resisti, o perfume campestre exalava no seu interior.
Porta entreaberta, entrei...
A passos calmos , busquei um banco, tirando algumas folhas, sentei.
Pássaros iluminados por filetes que penetrara por uma fresta, pregavam
os seus belos cantos sobre o altar.
Pacíficos, ali continuaram o seu cantarolar não se incomodando com a
aminha presença.
Sentido a paz daquele ambiente, me pus a fechar os olhos em oração.
Tão logo, ouvi uma voz; era tão baixa, ao mesmo tempo, suave, calma como
um serafim!
Pensei em abrir os olhos, porém, não me fiz assustado.
E, antes que o fizesse, ouvi um pedido daquela voz angelical:
_Filho, permita-te, sinta esta paz, asserena-te.
_Estais numa humilde casinha de Deus.
_Por hora, não abra os teus olhos!
_Apenas ore, ore!
_ Ore dentro do teu próprio templo.
_Se sentir vontade, chore!
_Liberte os teus sentimentos...
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Autoria: ChicosBandRabiscando
Credites: https://unsplash.com/@john_cafazza
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